segunda-feira, 22 de julho de 2013

Reflexões sobre o circo

Bom dia gente.

Tive a oportunidade, neste domingo, de ir ao circo do ator Marcos Frota, com meus filhos. 
Impossível não fazer uma leitura sobre o que experimentei.

Quanto ao circo, um empreendimento profissional da mais alta qualidade. Um ambiente agradável, limpo, organizado e muito bem gerido, mesmo não estando, em Arapiraca com toda a sua estrutura.  Os artistas, em sua maioria, jovens, que não aparentam mais de 23 ou 25 anos. Segundo informações do próprio Frota, oriundos da universidade do circo, um projeto de parceria entre Governo brasileiro, Unicef e Unesco, com o propósito de recriar o circo brasileiro. Um investimento milionário.

Atrações excelentes, incluindo-se, algumas crianças. E por falar nelas, não pude deixar de refletir sobre alguns aspectos. Fui abordado por um menino, pedindo-me ajuda para comprar o ingresso. Não haviam muitos nessa condição. Percebi que a atmosfera lúdica, mágica, cheia de encanto é um atrativo, quase irresistível. Mas pelo horário ou preço, não haviam crianças pobres.

Que contraste. Um circo cheio de artistas infantis, para um público de crianças bem vestidas, acompanhadas, mas com outros tantos meios de diversão, inclusive centenas de smartphones.

Não há como negar o sinal dos efeitos da educação: formação de uma nova geração de artistas circenses. Esse um ponto positivo, demonstrando que é possível reconstruir muitas coisas nesse país com investimento dessa natureza.

Fiquei refletindo, entretanto, sobre os espaços para o lazer de nossos meninos e meninas que talvez não saibam exatamente se comerão pelo dia. Não possuem celulares especiais, nem mesmo estariam acompanhados pelos pais, num circo com esse perfil. Elas também tem seus sonhos, ilusões e desejos.

Sei que pensar em vê-los naquele ambiente seria desconsiderar a marca da injustiça social do nosso país. É apenas uma reflexão. Um sonho, quem sabe, uma ilusão. 

2 comentários:

  1. Não deixa de ser irônico sentir-se tão melancólico em um ambiente permeado por alegria, mas a constatação de que há algo errado quanto ao acesso a prazeres simples como a ida ao circo sugere reflexões aprofundadas e respostas imediatas. Ótimo texto, professor Jadney.

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  2. É verdade professor Jadney,a alegria que podemos proporcionar aos nossos filhos, momentos gratificantes que ficarão marcados pra sempre em nossas vidas, nos entristece ao vermos que a desigualdade social é tão grande, que a euforia que sentimos, se torna um nada perante crianças, futuros de nosso Brasil, onde os mesmos não têm o direito a um simples café da manhã, o que dizer de um dia de lazer com seus pais. Mas vamos em frente, pessoas como o senhor podem mudar a história desse nosso Brasil, quem sabe um dia a ilusão torna-se realidade. Abraços...

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